sexta-feira, 8 de novembro de 2013

08/11/2013
De manhã contratamos um táxi para visitar os pontos turísticos da capital da Guiana e para nos levar até o Consulado da França e o do Suriname, a fim de  conseguir visto para atravessarmos esses países para chegarmos ao Brasil. Fizemos o seguro dos carros para passar por Suriname, mas não conseguimos falar com ninguém do Consulado francês.
Georgetown é uma cidade litorânea que foi construída abaixo do nível do mar. Em decorrência disso, a  cidade é circundada por canais cujas águas sobem e descem de acordo com o movimento da maré.  Para conter o avanço das águas do oceano Atlântico na cidade, construíram um muro de concreto  alto e comportas que são fechadas na enchente da maré e abertas na vazante para esgotar a água dos canais. Em determinadas partes da cidade esses canais são cuidados ou cobertos com passarelas de concreto, em outras, os canais na frente das casas e de edifícios se ligam à rua por meio de pontilhões de madeira e muitos desses canais estão cheios de lixo descartável.  
Nossa primeira visita foi a  Catedral de St. George, datada de 1842. Segundo um senhor que nos recebeu, essa é a maior estrutura de madeira do mundo. Depois passamos na frente da residência do Presidente, batemos foto, e fomos até outra igreja, católica, na qual o padre estava rezando a missa.
Passamos na frente do Jardim Botânico e depois visitamos o Guyana National Museum, onde havia crianças uniformizadas acompanhadas por seus professores. Nosso último passeio foi atravessar a ponte flutuante sobre o rio Demarara.
Almoçamos churrasco num restaurante brasileiro. Tadeu conseguiu arrumar o espelho da caminhonete e em seguida se encontrou com o pessoal no shopping.  Há produtos baratos, mas é preciso tomar cuidado com as falsificações.


07/11/2013
Acordamos às 4h30 da manhã, tomamos café e levantamos acampamento. Às 6h continuamos a viagem por dentro da floresta nas mesmas condições do trecho anterior ou até pior: verdadeiras crateras enlodadas, pontes de madeira estreitas, troncos caídos ocupando metade da pista, galhos de árvores que pendem e cipós que se penduram sobre o caminho. A média de velocidade 30km/h.
Às 7h20 encontramos um inglês e um canadense cheios de mochilas, os quais estão fazendo esse percurso de bicicleta. Conversamos um pouco, demos duas garrafas de água pra eles e seguimos.  
Depois de 290km  com os carros aos solavancos tirando as bagagens do lugar e as recolocando novamente, a estrada melhora. Após rodar 305km  encontramos madeireiras que já haviam feito uma clareira na floresta com o corte das árvores. Mais à frente, paramos em Mabura Hill para lanchar e abastecer os carros.
À mediada que avançamos para o litoral, a vegetação se torna menos densa e aparece uma areia branca, fina, nos pés das árvores. O asfalto começa após 421km e é tão ruim quanto a estrada de barro. Em Linden o asfalto melhora.
Já rodamos 435km. Às 15h30 chegamos a Georgetown, bem na hora em que os estudantes estão saindo da escola. Os uniformes se parecem com o figurino da década de 1950 – 60. Chegamos ao fluxo do Stabroek Market: quitandas de verduras, frutas, legumes, utensílios de cozinha, lojas de roupas, som alto atraindo a atenção dos transeuntes e um trânsito caótico, mais caótico ainda para nós, devido à mão inglesa.
Entramos em contato com Roberto, mineiro que mora em Georgetown há 13 anos e que nos deu apoio na escolha de hotel, indicou casa de câmbio e nos levou para jantar num restaurante chinês delicioso. Ele estava acompanhado pela esposa e  uma amiga da família.


06/11/2013
Tomamos café na mesma padaria (talvez seja a única da cidade de Bonfim). Conversamos com a gerente da Pousada Takutu para trocar real por dólares guianeses.  Chegando à fronteira, ficamos três horas esperando para despacharem a documentação do carro. É muita burocracia, muito papel para preencher e é necessário ter muita paciência.
Seguimos para Lethem e depois pegamos a única estrada que existe em direção a Georgetown. A estrada é de chão batido, com muitos buracos, valetas e pontes estreitas com falta de manutenção. Assim como na Inglaterra, os carros têm direção no lado direito, portanto, o sentido de circulação dos veículos é pela esquerda.  Tivemos que baixar a calibragem dos pneus devido às condições da pista. O clima é quente e úmido, temperatura de 33°C.
Às 15h30, depois de rodar 130km por dentro da floresta, encontrando uma ou outra casinha de madeira nesse percurso,  chegamos na cancela da Reserva Iwokrama. Apresentamos os documentos e continuamos. O mato cresce invadindo  o caminho, pássaros e borboletas passam em revoadas na nossa frente, além de pequenos animais que cruzam a estrada correndo. A paisagem é linda e solitária.  Apesar de a estrada estar dentro da floresta, há placas de sinalização. A caminhonete do Tadeu perdeu o espelho num galho de árvore intrometido. Raramente cruzamos com um carro. São 206km, mais de 5 horas nessa estrada até chegar à balsa para continuar do outro lado do rio.
Saímos da Reserva às 17h40 e logo chegamos ao local da balsa, 16 minutos antes do último horário, ou seja, às 18h.  A balsa estava do outro lado do rio e ficamos receosos, achando que não viriam nos buscar.  Nesse caso, teríamos que dormir na floresta, na beira do rio, do lado de fora da Reserva, sem energia e sem local para comer.
A balsa começou a se movimentar e veio ao nosso encontro. Passamos para o outro lado do rio e não precisamos pagar a passagem, porque não é cobrada a ida, somente a volta.

Logo depois do rio, em Canister Falls, há um alojamento com um restaurante precário. Comemos nesse local, alugamos o único quarto vago que havia para usar o banheiro, e armamos nossas barracas no gramado ao lado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário